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#Cutetalk com o criador da página “Eu me chamo Antônio”

eu me chamo antonio

Um desenhista, ideias na cabeça e milhares de guardanapos acumulados: afinal, quem é Antônio?

De uma hora pra outra, vários amigos meus começaram a compartilhar as fotos do Antônio. Aqueles guardanapos desenhados, cada dia um diferente, fofos, melancólicos, cheios de filosofia e tipografia, chamaram minha atenção. Entrei em contato com o ele e abaixo, uma entrevista com o artista por trás das fotos/poesias, que irá lançar um livro pela editora Intrínseca agora no mês de novembro. Lógico que rolou um #cutetalk com ele:

Em primeiro lugar, para te apresentar para os leitores, queria saber seu nome, sua idade, profissão e onde mora.

Eu me chamo Antônio. Muita gente acha que é pseudônimo ou que me escondo por trás de uma identidade que não é minha, mas Antônio é um dos nomes que está registrado na minha certidão de nascimento. Tenho 29 anos, me formei em publicidade e hoje moro no Rio de Janeiro.

De onde surgiu a ideia da página “Eu me Chamo Antônio”?  Você a administra sozinho?

A página nasceu off-line. Eu tinha (e ainda tenho!) a mania de rabiscar os guardanapos no balcão do bar. Comecei a acumular dezenas e dezenas de frases, desenhos e pequenos poemas e um belo dia resolvi fotografá-los e criar um Tumblr. A aceitação foi imediata, surpreendente. Decidi fazer uma fanpage no Facebook porque acho mais fácil para administrar e me comunicar com os seguidores.

E sim, administro a página sozinho. Não tenho regra de postagem diária ou horário preferido.  Eu sigo o feeling. Hoje, a página conta com mais de 260.000 seguidores.

“As coisas só se eternizam quando se reinventam”.

Qual o objetivo da página? Porque os desenhos e frases, em sua maioria, são feitos em guardanapos?

O objetivo é canalizar o que eu leio, ouço, vejo e sinto através da minha arte. Talvez minha formação publicitária tenha me ajudado a respeitar um  conceito e a segui-lo. O guardanapo hoje é como eu escolhi me expressar no mundo. Amanhã pode pintar outra forma de expressão. As coisas só se eternizam quando se reinventam.

eu me chamo antonio

O que você está achando do sucesso e do grande número de compartilhamentos de seus posts? É assustador?

É assustador, sem dúvida. Mas assustador no melhor dos sentidos. Eu nunca pensei que meus guardanapos fossem tocar tanta gente, em tão pouco tempo. O que me tranquiliza é que, por mais que a relação atualmente seja exclusivamente on-line, os meus guardanapos são físicos: eles existem fora da internet. O desafio agora é encontrar uma linda forma de fortalecer esse laço no mundo tátil, sem uma tela entre quem me lê e eu.

“O processo de criação não pode ter censura”.

Tem algum artista no qual você se inspira ou algum Tumblr que você queira indicar para os leitores?

Eu gosto de ler sobre qualquer coisa, desde revistas de fofocas até textos filosóficos que tenho dificuldade em entender. Eu gosto de ver qualquer coisa, desde anúncios chatos no YouTube (eu nunca pulo após 5 segundos porque tudo é inspiração) até documentários sobre agentes secretos. Eu gosto ouvir um pouco de tudo, desde o flow de Tupac até a voz melancólica e rasgada de Thom Yorke.

Quando digo que vejo, ouço ou leio qualquer coisa não quer dizer necessariamente que eu gosto de tudo o que vejo, ouço ou leio. Mas o processo de criação não pode ter censura. Tudo de alguma forma nos inspira e nos ajuda a manter o cérebro (e a mente) cada vez mais ágil na hora de cobrar o nosso raciocínio.

Para responder mais claramente a sua pergunta, vou citar alguns artistas que mais me inspiram: Egon Schiele, Robert Indermaur, Cartola, Roberto Carlos (até 1974), Mario Quintana, Paulo Leminski, Barbara, Marcel Duchamp, Liniers, Radiohead, Chuck Berry, Mia Couto, os solos de Comfortably, Numb e Purple Rain… São tantos, esses são os que lembrei agora.

“A única rede social que eu preciso no momento é estar presente no mundo off-line, a vida”.

Poderia indicar outros canais (Youtube, Twitter, etc) nos quais os leitores possam encontrar seu trabalho?

Eu estou preferindo centralizar tudo no Facebook por ser mais fácil administrar. Tenho também um blog (www.eumechamoantonio.com), um Tumblr e o Instagram, onde o pessoal pode ver alguns rascunhos ou fotos inéditas. Ah, eu não tenho Twitter. Eu até criei uma conta, mas nunca usei. Em breve, quem sabe. Mas preciso de tempo pra criar e atualmente tem sido inviável colocar mais uma rede social na minha vida.

A única rede social que eu preciso no momento é estar presente no mundo off-line, a vida.

eu me chamo antonio

Gostou? Quem você gostaria que fosse entrevistado no próximo #cutetalk?

Deixe seu comentário abaixo.

Clarissa Cavalcante

Tem 24 anos e é formada em Estudos de Mídia pela UFF. Produtora de conteúdo, social media freelancer e apaixonada por cinema, escreve aqui no Cutedrop sobre novidades e inspirações do mundo do Design.

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