Zebra no pagamento? Pepino com refações? Job assombração? Todo designer deveria saber dessas dicas antes de aceitar um freela.
Quem é designer geralmente está bem acostumado com a palavra freela. Seja você um designer autônomo nas “folgas” ou um profissional que vive como freelancer, lidar com este modelo de trabalho não é tão simples quanto parece.
Pepinos, abacaxis ou zebras (como você preferir chamar) são recorrentes nestes tipos de negociações entre designers e clientes.
Por isso, pra você que não é um especialista em contabilidade, administração ou projetos, seguem algumas dicas simples para ajudar você a evitar uma furada na hora de aceitar ou negociar um job.
Lá vai:
1 – Tempo é dinheiro. Mas também é vida.
Sabe aquele freela urgente que o cliente precisa pra um prazo surreal? Aquele que passou por um monte de gente e ninguém quis? Se você está disposto a dizer sim, pense no quanto seu tempo significa. Nem sempre pegar o projeto sozinho e “carregar” no preço pode compensar noites sem dormir, à base de cafeína e refrigerante. Por quê? Porque depois de se tornar um zumbi, você vai pedir ajuda a um outro amigo designer, que vai te cobrar uma grana. E você nem vai se incomodar de perder dinheiro no estágio mortal em que você se encontra.
Se você sabe que não pode aguentar, diga não. Ou se vai precisar de ajuda, considere isso no seu orçamento pra tornar tudo possível e menos doloroso.
2 – Refações também são job
O cliente diz o que quer. Você bola o orçamento, com um prazo rápido e um valor “encaixadinho” nas suas horas calculadas. Mas na primeira entrega, seu cliente já volta com refações. Você perde seu tempo, o seu prazo estoura e o cliente nunca para de pedir mudanças, porque você esqueceu de considerar isso no seu documento.
Sugestões para melhorar o seu planejamento:
- Divida o seu trabalho em etapas de evolução, projetando datas de entrega para cada uma, só partindo para a próxima após a aprovação da anterior
- Deixe claro para o seu cliente que em cada etapa do projeto ele tem direito a um número limitado de pedidos de refação, desde que estejam dentro do briefing (e sejam em número limitado, definido por você)
- Deixe claro também que, após a aprovação de uma etapa, ele não pode pedir mudança em uma fase anterior. Se ele quiser mesmo assim, considere taxas extras, já previstas no briefing.
3 – Freelas gringos
Freelas vindos do exterior (principalmente aqueles cujo pagamento vêm em uma moeda mais valorizada que o Real) costumam deixar os designers bem animados. Imagine só: um layout que será pago em Euros ou Dólares, pelo qual você vai receber teoricamente 3 vezes “mais”! Uhu!
Cuidado com a empolgação. Alguns fatores devem ser considerados:
Taxas
Serviços de pagamento em moeda estrangeira, como o Paypal, por exemplo, possuem taxas altas. Geralmente há uma taxa padrão de 6 ou 7%, mais um valor fixo descontado pela transferência para a sua conta bancária. Além de que, nem sempre aquela taxa de câmbio do Euro que você viu no Google é a mesma que está sendo utilizada no Paypal. A diferença pode ser pouca, mas é uma diferença. De repente, seu projeto sofre um desconto de quase 10% que você nem viu.
Horários
Será que os seus horários serão os mesmos do cliente? Reuniões em horários alternativos por conta de diferenças no fuso podem ser cansativas. E, logicamente, você não vai colocar o seu cliente para falar no Skype, com mau humor, às 5h30min da manhã enquanto você vê o sol se pôr na praia, certo?
Fluência
Você se sente confortável com o idioma? Às vezes, apelar para o inglês como língua universal pode ser enrolado para o cliente também. Chegar a um consenso quando nenhum dos dois lados é fluente pode demorar mais um pouquinho. E o seu prazo vai ficando curto…
4 – Você está no Brasil, e o Brasil tem impostos altos
Sabe aquele freela negociado direto com o cliente, cujo valor ele depositou direto na sua conta bancária? Do dia pra noite apareceu um total I-RA-DO no seu extrato, digno de ostentação? Muito designer pode achar isso muito lindo, e nem lembrar desse valor na hora de declarar o imposto de renda. Mesma coisa com aqueles freelas gringos que engordaram o seu orçamento via Paypal. Por incrível que pareça, você pode entrar na malha fina e acabar pagando uma multa alta por ter se esquecido de declará-los.
A verdade é: saber fazer o imposto de renda, declarando tudo aquilo que se deve, cada coisa em seu lugar certo, pode salvar o seu bolso.
Às vezes, vale muito mais a pena abrir uma empresa e pagar seus impostos por ela do que através do seu imposto de renda. Segundo o pessoal da Contabilizei, um escritório de contabilidade online que está revolucionando o mercado, o imposto de renda pessoa física pode abocanhar até 27,5% dos seus rendimentos, enquanto as alíquotas de impostos de uma empresa começam em 6% sobre o faturamento. E já que estamos falando em economia, não se preocupe, o serviço de contabilidade online deles custa 7x menos que o tradicional.
5 – Meu cliente precisa de nota fiscal
Você quer pegar um job muito promissor, mas o seu cliente precisa de nota fiscal. Antes de pedir pra outra pessoa tirar uma nota fiscal no nome dela pra quebrar um galho pra você (que coisa feia!), pense nas seguintes alternativas:
- O MEI – micro empreendedor individual – possui limite de faturamento de R$5.000,00/mês, tem um rol de atividades limitado (não tem a categoria “designer”, por exemplo) e não pode ter sócios. Muitas das atividades intelectuais e criativas não podem ser enquadradas no MEI, é bom ficar de olho. No Portal do Empreendedor você encontra todas as informações sobre isso. (www.portaldoempreendedor.com.
br) - Já uma Micro Empresa – ME – pode faturar até R$360 mil/ano, tem impostos iniciando em 4,5%, e permitem sócios e funcionários. A vantagem é que você só paga imposto quando emite nota fiscal, pode conseguir financiamentos para investir na empresa, participar de concorrências e crescer a qualquer momento, já que não terá o faturamento limitado a R$5 mil/mês.
Mas calma, não se abre empresa às pressas só para emitir nota fiscal, para começar um negócio é bom estudar como e quando fazer isso, planejamento a médio e longo prazo, com os pés no chão.
RPA
Um autônomo também pode emitir um RPA, um recibo de profissional autônomo. É uma maneira de formalização do serviço. Não chega a ser uma nota fiscal, mas uma comprovação.
Bônus – o cliente diz que não tem grana mas vai me divulgar
Cuidado com esse papo. Use seu portfólio para se divulgar, o Behance, o Dribbble, o Instagram, mas não as promessas do seu cliente. Barganhas sempre foram muito perigosas. E nada melhor do que um bom e velho contrato para negócios começarem e terminarem felizes. Para os dois lados.
É isso, gente. Alguém tem mais algum conselho para evitar pepinos? Comente abaixo.
Para dúvidas sobre abertura de empresa de graça, peça ajuda direto para o pessoal da Contabilizei.
Bom freela.
*Somos transparentes. Este é um post patrocinado.
Comments (3)
Silvio Luissays:
25 de junho de 2015 at 14:49Amei, Parabéns, e Obrigado! Me Ajudou muiiiitoooo!!
Ana Paula Fernandessays:
6 de julho de 2015 at 17:26Adorei! Sim..já entrei em furada por justamente não respeitar essas regras, agora sou muito mais seletiva em trabalhos que aceito…
http://www.lapisdoisb.com
Letícia Mottasays:
7 de agosto de 2015 at 14:55Que bom, Silvio! Obrigada e sucesso!