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O mistério do ruído branco: o que ele tem de diferente dos ruídos coloridos?

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Sabia que existe ruído rosa, azul, marrom, cinza? Mas o que o ruído branco tem de diferente deles?

Quem tem um bebê em casa provavelmente já ouviu falar de alguns tipos de ruídos que são relaxantes e mais eficazes que canções de ninar. O ruído branco é bem famoso e, segundo dizem por aí, funciona mesmo.

Oras, mas que raios de ruído é esse?

Se você não fazia ideia de que som tinha cor, saiba que a variedade é extensa. Tem rosa, azul, marrom, violeta, preto, entre outros.

Apesar da grande variedade, vamos nos concentrar no ruído branco e saber porque ele é tão famoso. E saber a diferença dele para todos os outros coloridos, em geral.

Por que Ruído Branco?

Assim como no mundo visual, no qual o branco é a soma de todas as cores (lembrando aos designers que isso acontece no sistema aditivo de cores), no universo dos sons, o branco é a soma de todas as frequências. Todo o espectro de frequências audíveis está nele, tanto altas como baixas. Além disso, todos os sons com amplitude semelhante, sem variação.

Dark Side Of The Moon (1973)
O álbum do Pink Floyd, Dark Side Of The Moon (1973), mostra bem como funciona a composição da cor branca no sistema de luzes.

Leigamente falando, ele é um som bem uniforme e aleatório. Como uma TV fora de sintonia.

O ruído branco é bem utilizado na música, em sons de percussão, em testes acústicos de ambiente, em mascaramento de sons (como uma solução para quem sofre de zumbido no ouvido) e para ajudar numa boa noite de sono ou em momentos que demandem concentração.

Análise do espectro do ruído branco
Análise do espectro do ruído branco (fonte)

O fato do ruído branco ser confortante para uma boa noite de sono é a seguinte, segundo este site:

Imagine que você foi dormir e seu quarto está super silencioso. Colocando isso em um gráfico, a aparência do seu soninho, em frequência, seria mais ou menos assim:

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Aí, de repente, o alarme do carro do seu vizinho dispara e o seu sono é invadido por ondas estranhas. O gráfico, que estava quase zerado, dá um salto e o sono é interrompido, mesmo que você não se lembre disso na manhã seguinte. Mas certamente você deve acordar um pouco mais irritado.

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Com o ruído branco presente na sua noite de sono, a coisa é diferente. Pois como ele é constante e já contém todas as frequências audíveis, ele funciona como um suporte para outros sons, “absorvendo” melhor o impacto de uma interferência sonora. Este é o exemplo visual do ruído branco:

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O gráfico de uma noite de sono interrompida por um alarme de carro no meio da noite, só que com o ruído branco como som de fundo, seria assim:

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Dá pra perceber que a variação é bem pequena quando comparada com o primeiro caso. O que provavelmente vai deixar sua manhã um pouco mais bem humorada.

Você pode ter uma ideia de como se parece um ruído branco neste site.

Os ruídos coloridos

Já os ruídos coloridos, em geral, possuem variações de frequência, não sendo tão uniformes como o ruído branco. Dentro dessa escala, existem diversas cores associadas a estes sons, como rosa, violeta, azul, marrom, cinza, entre outros, dependendo da peculiaridade de cada um. Por exemplo:

No ruído rosa, há uma “queda” suave na frequência e ele é encontrado em algum sistemas biológicos, como no próprio corpo humano: nas batidas do coração, sistema neurológico ou sequências de DNA.

Análise do espectro do ruído rosa.
Análise do espectro do ruído rosa.

Quer ouvir 9 horas de ruído rosa?

O ruído marrom, por exemplo, tem uma acentuação nas frequências mais baixas, o que faz o som se assemelhar mais a uma cachoeira ou chuva forte, devido ao barulho mais grave.

Análise do espectro do ruído marrom
Análise do espectro do ruído marrom.

Se gostar da ideia do som de cachoeira, você pode dar play aqui embaixo e ouvir 12 horas seguidas de ruído marrom:

De acordo com este artigo publicado por Dan Ellis, professor da Universidade de Columbia, a associação dos sons com as cores acontece da seguinte forma:

Assim como você pode usar um pedaço de vidro colorido para transformar a luz branca em, digamos, uma cor vermelha, você pode usar filtros em outros tipos de sinais para alterar o equilíbrio dos componentes da frequência para que o ruído não seja mais “branco”, mas tenha alguma outra qualidade. Neste caso, o sinal é um pouco mais previsível do que o ruído branco, porque sabemos que certas frequências serão mais proeminentes.

Ouça outros tipos de ruídos coloridos aqui (basta selecionar no menu lateral).

Imagem via Shutterstock.
Imagem via Shutterstock.

Agora você pode dormir como um bebê.

Imagem de destaque via Shutterstock.

Letícia Motta

Designer gráfico com experiência no mercado há mais de 15 anos, atua nas áreas de design gráfico, digital design e direção de arte. Bacharel em Design, com extensão em Coolhunting e MBA em marketing digital. Fundadora do estúdio leticiamotta.com.

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