Você trabalha via homeoffice ou tá pensando em virar designer? Veja aqui se você está aproveitando o melhor deste estilo de trabalho.
Trabalhar como designer gráfico ou web designer está relacionado diretamente com criatividade. E ter ideias tem tudo a ver com o seu ambiente de trabalho. Se você trabalha em uma agência, provavelmente você está cercado de pessoas que estão no mesmo job que você, com prazos estipulados pelo cliente e briefing obtido pelo atendimento.
Mas e quando o seu ambiente de trabalho é a sua casa?
Muitos designers têm optado pela vida como freelancer (sim, eu sou uma!), ou conseguem trabalhos remotos, respondendo a clientes em diferentes países do mundo. Se este é o seu caso, cabe a você organizar seu local de trabalho para render bons resultados. Ou, se você ainda não é freela, pode pegar as dicas abaixo para saber se você se identifica, antes de jogar tudo pro alto.
Confira estes tópicos que compartilho por experiência própria, e se prepare para fortes emoções na sua jornada “solo”:
1- Foco, muito foco
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Se você tem dificuldades de concentração, não espere que o mundo vá entender como funciona o trabalho em casa. Pois é, raramente você consegue este isolamento. Cabe a você definir prioridades e horários, para que vida pessoal e profissional fluam bem num mesmo local. Se você não está sozinho em casa, mas mora com seus pais, ou é casado e tem filhos, deixe bem claro pra eles qual o horário que você precisa para um cantinho de paz. Agora, a dica para quem tem filhos: o melhor horário pra você trabalhar é aquele em que os pimpolhos estão na escola e/ou dormindo. Assim você consegue trabalhar com foco total e dar atenção aos pequenos quando eles estão ao seu lado, sem pressão.
2 – Internet que funcione bem (ou pelo menos um plano B)
Muito provavelmente você tem internet via cabo ou até via satélite na sua casa. Atualmente, os serviços que fornecem conexão à internet estão bem satisfatórios, mas… E se a internet cair? Você depende completamente dela para seu trabalho fluir, certo? Então tenha um plano B. Mas fique calmo, você não vai precisar pagar 2 planos de internet na sua casa, mas uma coisa vai te ajudar: tenha um plano de dados interessante no seu aparelho móvel. O seu celular pode salvar a sua pele em momentos críticos em que a sua conexão de casa cair. Basta ativar a opção que transforma seu smartphone em um roteador Wi-Fi e pronto, problemas mais urgentes de comunicação serão resolvidos. Mas tente deixar envios e downloads de arquivos muito pesados pra hora em que sua conexão “convencional” voltar. A gente sempre tenta economizar dados, né?
3 – Saiba se comunicar
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A comunicação é algo que todo mundo acha que sabe fazer, mas poucos fazem bem. Saber se expressar com clareza é essencial. Não espere que seu cliente saiba exatamente a solução que ele precisa, afinal, é seu papel ajudá-lo nesta função. Evite palavras muito técnicas. Ao usá-las, explique o significado. Não hesite em ligar para o seu cliente ou marcar uma reunião ao vivo: ouvir a voz e olhar nos olhos pode ajudar a entender detalhes essenciais. Ajuste pontos importantes sobre contrato, pagamento e alterações, de antemão. E, mesmo que você acerte qualquer processo via telefone ou até mesmo WhatsApp, mande aquele email “resumão”, confirmando tudo.
Veja estas dicas de ouro sobre comunicação com o cliente:
- 10 verdades que o designer precisa saber sobre o cliente
- Como validar um contrato online sem precisar escanear assinatura
- 5 dicas que todo designer deveria saber antes de entrar em furada com freelas
4 – Não dependa do cliente para produzir
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Quem trabalha como freela precisa estar com o portfolio em dia para conquistar clientes e ser lembrado. Por isso, não espere o cliente chegar para produzir alguma coisa. Faça um projeto pessoal, crie por conta própria, alimente seu Behance, Dribbble ou Instagram.
5 – Crie sua lista de “to-do”
Como você é o seu próprio chefe, não espere que alguém mande você executar tarefas. Isso cabe a você mesmo. Uma listinha de tarefas pode (e muito) definir prioridades a curto, médio e longo prazo. A integração entre notinhas “post-it” e lembretes online (Google Agenda, por exemplo) é infalível. Anote seus prazos, tarefas operacionais como “gerar orçamento” ou “alterar arquivos”, e até mesmo demandas pessoais como “atualizar portfolio” ou “dia de estudar”.
Confira esta lista de arquivos “to-do” gratuitos para você imprimir em casa.
6 – Seja organizado
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Crie sua própria regra de organização de arquivos. Se você gosta de organizar pastas por datas, crie um padrão para elas (ano_mês_dia, por exemplo), se gosta de organizar por nome, escolha também um padrão. A escolha do melhor padrão é pessoal, e vai funcionar a partir do momento em que você o siga. Largar todos os arquivos na área de trabalho não vai mais ser uma opção tão legal.
7 – Faça backups
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O mundo ideal é aquele em que você tem o seu HD e um HD extra para backups de trabalhos. Nem todo mundo consegue este mundo ideal. Mas é sempre bom estar seguro. Na falta de HDs, suba coisas mais importantes para a nuvem. Serviços como Google Drive, One Drive (da Microsoft) e Dropbox estão aí pra ajudar com isso.
8 – Considere os custos
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Antes de virar freela, tenha certeza que seu maquinário está preparado para aguentar a pressão. Invista em um generoso HD, bastante memória e uma placa de vídeo poderosa para aguentar o tranco dos seus softwares gráficos, além de um bom monitor que confira fidelidade de cores aos seus projetos. Uma dica são os monitores com tecnologia IPS, que não vão “mudar a cor” do seu trabalho dependendo do ângulo em que você esteja olhando para a tela.
Além de considerar gastos com update de maquinário, coloque na conta assinaturas de softwares originais, que não serão mais pagas pelo seu empregador, mas por você mesmo. Um plano de assinatura de todos os apps da Adobe Creative Cloud vai sair em torno de 180 reais mensais para o seu querido bolso, em média. Esteja preparado para fazer esta matemática.
Transporte, comida e comunicação também geram boletos, amigo. Além de designer, você precisa ser seu próprio administrador.
9 – Seja “legal”
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Legal nos dois sentidos: de ser sociável e empático e também de estar dentro da lei. Como freelancer, você vai precisar emitir Nota Fiscal, declarar impostos e pagar taxas. Dependendo dos seus ganhos e necessidades, você vai ter que analisar direitinho em qual categoria empresarial você se enquadra (MEI, ME, EI, entre outros). Tudo isso depende dos seus objetivos como empreendedor e também dos seus ganhos.
10 – Você vai precisar sair de casa
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Não há nada como o nosso lar. O local onde você coloca os pés pra cima e ouve sua música alta, completamente descabelado e vestido com uma roupa amassada. Estar em casa é maravilhoso. Porém, você vai precisar enriquecer as suas referências visuais, porque é certo que você vai se deslocar menos (menos do que o que você fazia indo para a agência) e ter menos gente em volta para conversar. Para manter sua mente atualizada e conectada à sociedade, faça questão de dar umas voltas, mesmo que seja para uma caminhada ou para ver as novidades das vitrines. Seu cérebro vai agradecer e te dar mais soluções criativas. Atividades físicas são muito bem vindas.
Mas se você encarar um bloqueio criativo, não se desespere: leia isso aqui.
E, por último:
11 – Lembre-se que você fez isso por amor
Este estilo de vida só vai dar certo se você amar muito o que você faz. Lidar com a instabilidade de clientes e ganhos, não ter data certa para férias, bancar sua própria estação de trabalho, entre outras coisas, só vale a pena se você tiver certeza de que o resultado do seu trabalho vai trazer a sensação de satisfação e dever cumprido. Se a sua motivação for outra, o risco de desistir é grande.
Por outro lado, poder trabalhar ao lado do seu bichinho de estimação (que vai adorar esta ideia) e poder estar mais tempo com a família são consequências recompensadoras.
Se você chegou ao final desta lista bem motivado, seja bem vindo ao clube dos designers freelancers. Sucesso e muitos trabalhos pra você!
Gif em destaque: créditos
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