Girl power! ONGs, cursos e programas gratuitos pelo mundo todo, para promover a participação das mulheres no mundo dos códigos.
Oras, se tudo que envolve tecnologia tem código no meio, por que tão pouca gente sabe programar?
Como resposta à esta questão, vem surgindo diversos movimentos e organização sem fins lucrativos com o objetivo de compartilhar o conhecimento binário. Um dos focos são as crianças, uma vez que aprender a desenvolver pode ajudar na construção da lógica na cabecinha deles. Um dos lindos projetos que tem crescido no Brasil é o CodeClub.
Mas, infelizmente, o número baixo de conhecedores da linguagem de programação não está só entre as crianças.
De acordo com algumas pesquisas, no mundo dos adultos, é impressionante a diferença no percentual de homens e mulheres que trabalham com programação. Na escola, apesar de muitas meninas gostarem de matemática e exatas, no momento de se decidirem por alguma carreira, a grande maioria não segue pelos mesmos caminhos na faculdade. Fazendo as contas, menos de 1% se forma em ciências da computação (fonte: Made w/ code). De acordo com outra fonte, o número é mais exato e alcança só 0,3%.
Por quê?
Uma das fundadoras de um dos programas listados abaixo ( Reshma Saujani, “Girls who code“) deu uma resposta muito sensata à esta pergunta, e ela explica o seguinte:
Bem, não é porque elas precisem de ajuda extra, ou sejam piores que os meninos. Na verdade, as meninas são muito boas nisso. No ano passado, um estudo constatou que as meninas de 15 anos de idade em todo o mundo superam os meninos em ciência, exceto nos EUA, Grã-Bretanha e Canadá. Da mesma forma, as notas de matemática entre meninos e meninas não divergem até a adolescência.
E não é porque as garotas não estejam interessadas. Pelo contrário. A realidade é que elas estão começando a consumir tecnologia cada vez mais cedo. Elas são a maioria dos usuários em redes sociais como Twitter e Facebook.
Temos de nos concentrar nas meninas porque, ao contrário dos meninos, elas são ensinadas desde cedo que os campos de computação e tecnologia não são para elas. São inundadas com retratos de mídia do menino gênio, do magnata da tecnologia e do cientista louco. Ao crescer, ganham uma boneca da moda que diz: “Matemática é um saco!” e são vendidas camisetas que dizem “Alérgicas à Álgebra.”
Pensando em aumentar este percentual, algumas empresas e ONGs têm criado programas de incentivo, focados no mundo feminino. Esta lista mostra algumas iniciativas bem legais, que podem ajudar a transformar o mundo e deixar o mercado de trabalho mais igualitário.Confira:
Made with code
Esta é uma iniciativa do Google. Sim, a gigante da internet criou um programa de voluntariado para ensinar código para as mulheres, em parceria com outras empresas de tecnologia, faculdades (como MIT) e outras ONGs.
Diversos grupos de ensino gratuito existem em locais diferentes, nos EUA. O site é bem bonitinho e recheado de depoimentos felizes para emocionar você. Aliás, o vínculo com o lado emocional já está no nome, que é uma versão “tecnológica” da expressão “Made with Love” (feito com amor).
Ladies learning code
Uma ONG que defende de o conceito de “feito pela comunidade, para a comunidade”. Com eventos acontecendo no Canadá, o “Ladies Learning Code” também abraça a educação para crianças.
Girls who code
Fundado por uma nova iorquina (Reshma Saujan), o “Girls who code” tem a intenção de promover ciência da computação para mais de 1 milhão de jovens mulheres até 2020.
Girl developed it
Mais uma ONG de Nova Iorque, mas esta é focada somente em adultas.
Black Girls Code
Esta organização americana resolveu investir em um nicho ainda mais seleto, que são meninas negras, de 7 a 17 anos. O objetivo é inserir mais mulheres afro descendentes no mercado de trabalho, em áreas ligadas à tecnologia.
Segue um micro documentário a respeito, e vale dar o clique pra ver os depoimentos das pequenas desenvolvedoras. Existe também uma palestra feita pela fundadora, Kimberly Byant, no TED.
Mattel
Até a Mattel lançou a “Barbie Engenheira da Computação”, entre outras carreiras promissoras para a boneca (veja a empreendedora aqui).
E no Brasil?
Algumas ideias vêm começando a tomar espaço em pixels verdes e amarelos.
Campus Party
No super evento de computação e tecnologia que aconteceu neste ano em São Paulo, a Campus Party, a organização sem fins lucrativos “Programaê” realizou uma batalha de desenvolvimento mobile entre meninas, o “Technovation Programaê!”.
A vencedora nacional passou a fazer parte da final do “Technovation Challenge”, desafio internacional que premiará a primeira colocada com um curso no Vale do Silício e financiamento de 10 mil dólares para o desenvolvimento do app idealizado. A intenção é estimular o aumento do número de mulheres empreendedoras no mundo.
Blogs
Pesquisando, acabei descobrindo um blog muito legal sobre o assunto, o Mulher na computação, brasileiríssimo e ainda divulga vagas na área.
E aí meninas? Quem nunca quis programar que atire o primeiro mouse.
Comments (2)
Ana Chamiletesays:
8 de março de 2015 at 5:49Adorei seu post sobre o assunto, super completo.
Eu fiz um ano de ciências da computação, mas acabei abandonadondo pra fazer arquitetura, que era o que eu realmente queria. Apesar disso não larguei a programação pra sempre, pois faço freela de webdesign e ainda mexo muito com isso.
Realmente são pouquíssimas mulheres que optam por essa profissão, uma pena.
Mas ótimo saber sobre esses projetos, parabéns pelo post.
Um beijão e até mais.
http://www.queridaga.com
Letícia Mottasays:
15 de março de 2015 at 21:17Que legal, Ana. Sucesso pra vc! E parabéns pelos lindos trabalhos, tanto de o de programar quanto o de projetar. 😉 bjo