O que NÃO é design

Cansados de discutir sobre o que é Design? Então vamos falar do que não é!

Bom, já vi algumas definições estranhas sobre design. E profissões estranhas também: designer de saladas, designer de unha, designer de sobrancelha. Então este post não é pra discutir nenhuma definição do que é o Design. Mas para discutir o contrário. O que o design não é:

1-  Design não é maquiagem

Não, não é pra falar mal de nenhum maquiador aqui. O que acontece é o seguinte:

Certa vez ao conversar com um cliente sobre a arquitetura e o layout do site, ouvi o seguinte: “Ah, então Fulano que vai fazer a estrutura é como se fizesse a massa do bolo e você fica com a cobertura pra deixar bonitinho?”

Não. Designer não é confeiteiro de bolo, apesar de eu adorar bolos. Ele não é um especialista em firulas. Por mais que o visual seja importante e essencial, não adianta enfirular coisas e a legibilidade ser uma droga, não adianta enfeitar de rosa bebê um site de banda Heavy Metal, não adianta colocar elementos, geralmente brushes florais, pra preencher os “espaços brancos”.

Design é projeto, e projeto é você ter uma questão para resolver e estudar formas, estruturais e visuais, de encontrar um resultado. Claro que o resultado tem que ser bem estruturado e esteticamente atraente, de acordo com o público apara o qual o produto é destinado. Ops, falei sobre uma definição de Design, foi mal.

2 – Design não é Tetris

Quer dizer, pra ficar mais claro, vamos falar do designer, o profissional. Designer não é jogador de Tetris corporativo, ou mais vulgarmente falando, manobrista de pixel. O designer tem (ou deveria ter) o domínio sobre a sua especialidade, assim como o médico tem sobre consultar pacientes e receitar o tratamento ideal. O domínio que digo aqui é relativo, uma vez que lidar com “coisas visuais” não são como somar 1 +1. Claro que a área envolve muita conversa, opiniões e bom senso.

Não tem nada de novo neste tópico mas vale lembrar que se a marca é para uma empresa de fraldas de bebê, ele não deve fazer a marca com degradê rosa pro azul porque o cliente pediu.  A conversa entre cliente e designer existe para que sejam trocadas informações úteis ao projeto, para que o designer estude bem o mercado em questão, não para que o cliente diga sobre qual peça a próxima pecinha do Tetris deve ser encaixada. Isso vale também para destacar 2 coisas:

a) O designer não é o Rei do Universo

Se ele não conversa com o cliente deixa de ver coisas que o cliente pode ver e ajudar a entender melhor. Afinal se você é um designer significa que você não é especialista nas fraldas de bebê, por exemplo. O dono da empresa de fraldas provavelmente saca mais de fraldas do que você.

b) O cliente não é o Rei do Universo

Se ele acha que está contratando um designer para fazer no Photoshop aquilo que ele imaginou no Power Point, tem algo errado na história. Quando um cliente contrata um profissional para fazer um site por exemplo, esta expressão está errada. O certo é contratar para projetar um site. E ele deve ter consciência disso. Ou você deve ter e saber passar isso pra ele. Assim como ele entende muito bem de fraldas, você entende muito bem de usabilidade.

3 – Design não é desenho

O último conceito básico que serve para lembrar que quem desenha e vive disso é ilustrador, que ilustra ( que também não é lá o mesmo de desenhar…) de acordo com o pedido que ele recebe. Claro que existem designers ilustradores e vice-versa.

Existem milhões de vertentes do design que infelizmente no Brasil ainda parecem ser pouco divulgadas. Se a sua tia souber o que é Design ela já merece um abraço. Se ela souber e te perguntar em qual ramo do design você trabalha você pode indicar a sua tia pra uma agência que ela leva jeito.

Só pra dar uma repassada, existe a área de Motion Graphics, Design de Produto, Design Gráfico (considero aqui a área de “impressos”), User Experience , Arquitetura de Informação, Interaction Design (nesta área incluo o popularizado “web design”) e algumas outras especialidades que devo estar me esquecendo.

Bom, é isso, um post de conceitos básicos sobre o que não é design.

E para os mais avançados, um texto antigo mas sempre valioso do Zeh Fernando.