Uma máquina que quase venceu a guerra através da criptografia e foi revelada pelas mentes brilhantes de matemáticos.
Se você viu o filme “O Jogo da Imitação”, deve ter ouvido falar da Enigma. Uma engenhoca semelhante a uma máquina de escrever, mas com um sistema de criptografia que servia para codificar mensagens entre os alemães na Segunda Guerra Mundial. As mensagens, além da criptografia que as tornava ilegíveis a quem não conhecia o sistema de combinações, ainda eram transmitidas em forma de código morse. Entre as informações trocadas através do sistema estavam coordenadas de ataques aos inimigos.
A cada dia, um sistema diferente era utilizado, o que garantia que, se alguém quisesse ter a audácia de desvendar o código, teria que fazer isso em 24 horas apenas. Ao fim do dia, uma nova combinação de rotores era ativada na Enigma, o que zerava qualquer tentativa anterior de decodificação.
A quebra deste mecanismo, que parecia impossível, já que na época não existiam computadores com processadores tão rápidos nem uma capacidade de automação tão complexa, foi realizado por uma equipe de mentes brilhantes liderada pelo matemático Alan Turing.
Além de Turing, uma integrante essencial no processo foi Joan Clarke. Uma mulher que desafiou as tradições dos anos 50 para se formar em matemática e conseguir um espaço para trabalhar com outros cientistas.
Alan e Joan se identificaram profundamente por serem “excluídos” da sociedade (Alan por suas opções sexuais em uma época em que o Reino Unido não era nada tolerante, e Joan por ser uma mulher na matemática) e uniram forças para se ajudar. Os dois chegaram a se casar para que pudessem trabalhar juntos sem a pressão da sociedade, mas a união não deu certo, transformando-se em uma bela amizade que duraria até os últimos dias de Turing, que supostamente suicidou-se aos 42 anos.
Turing e sua equipe trabalharam intensamente para descobrir como funcionavam os códigos dinâmicos da Enigma e, uma vez desvendada, os Aliados ficaram secretamente sabendo da localização e datas dos futuros ataques alemães, movendo forças para impedí-los e vencê-los, sem que eles soubessem como as descobertas aconteciam.
O vídeo abaixo é bem didático e mostra direitinho como funcionava a Enigma, que Turing desvendou com a ajuda de seu time de mentes brilhantes.
Turign foi responsável pela formalização do conceito de algoritmos e o desenvolvimento da computação moderna. O sistema de algoritmos de buscas que utilizamos na internet é um exemplo das suas descobertas aplicadas ao dia de hoje. Imagine você: como seria sua vida sem Google?
Depois da guerra, Alan continuou desenvolvendo teorias sobre a possibilidade de criar máquinas inteligentes, capazes de aprender com a experiência e responder a perguntas. Conceito que vemos concretizado atualmente através da inteligência artificial.
“O que pretendemos é que uma máquina possa aprender com a experiência, tal como uma criança”, declarou, em 1947, a um público perplexo da Royal Astronomical Society (fonte)
Se você quiser saber mais da história completa, o filme “O jogo da imitação” é uma boa dica pro fim de semana.
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