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Biografia do pager

Se você passou pela época em que tinha que ligar pra uma central para anotarem sua mensagem e enviarem para o pager de alguém, seja bem vindo. Vamos relembrar aqui a vida do quase falecido pager, que na verdade deixou uns filhos por aí, adaptados para outros fins.

Uma breve história

Pager completamente old school retirado deste álbum do Flickr.

O pager surgiu antes do que a gente imagina, tendo seu nascimento no ano de 1949, inventado por Alfred J. Gross e utilizado no New York Jewish Hospital, sendo liberado para fins comerciais somente 10 anos depois. Era um Walkie Talkie desenvolvido, porém utilizando o sistema de rádio.

Mas foi nos anos 80 e 90 que o antecessor dos celulares ficou popular (Sim, os celulares não fazem parte da criação do universo, por mais que às vezes a gente se esqueça disso).

Até 1992, eram bem conhecidos como “bip” pela maioria da população e executavam a função de apitar ou vibrar para avisar que uma mensagem havia sido enviada para a central. Os mais modernos exibiam a mensagem no visor de cristal líquido.

O envio das mensagens se fazia através de uma central de atendimento, para a qual se ligava do telefone convencional e se ditava a mensagem para um(a) atendente, no mais famoso esquema do “Um momento, senhora, estamos enviando a sua mensagem”, vulgo gerúndio style. Tirando que para os apaixonados, era meio constrangedor ter que ditar suas juras de amor para uma atendente primeiro.

Com o tempo, o atendimento analógico foi substituído pelo atendimento digital por algumas operadoras, mas sinceramente eu não me lembro disso quando eu tinha o meu discreto Motorola.

Sobre os modelos populares, acho que 90% de quem tinha um aparelhinho desses, tinha da marca Motorola.

O fim do sucesso

Não foi com o surgimento do celular que o “Bip” sumiu instantaneamente. Os dois tiveram um período de convívio pacífico até que os celulares começaram a ficar mais baratos e acessíveis. Olha só esse trecho retirado de uma reportagem da Veja de 1998:

Tem gente que usa o celular e o pager ao mesmo tempo. O celular fica desligado, para evitar ligações inoportunas. Com o recado chegando pelo pager, a pessoa pode escolher quais chamadas retornar.

Além disso, em 1998 o pager ainda estava bombando e rolava até uma projeção para o ano 2000:

Com tanta novidade, as operadoras do sistema de pager no Brasil estimam que o número de usuários chegue a 3 milhões de pessoas nos próximos dois anos.

Hoje, acho que muito pouca gente ainda usa o pager como um recurso de comunicação wireless, mas ainda está ativo, com adaptações para caixas de supermercados, ou pagers para clientes que querem chamar o garçom, lojas etc.

Mas, para sua maior surpresa, ainda está disponível no site de uma das operadoras, a Teletrim Telecom. Se quiser comprar seu pager para tirar aquela onda com o bip na cintura e ler a mensagem no meio da roda de amigos, ainda há tempo! O detalhe é que a mensagem pode ser enviada pelo site, sem precisar manter uma amizade com a atendente.

Mas sejamos sinceros, não é mais jogo mandar um SMS?

Fica a lembrança nosttálgica de mais um gadget do século passado que nossos filhos não reconhecerão.

Letícia Motta

Designer gráfico com experiência no mercado há mais de 15 anos, atua nas áreas de design gráfico, digital design e direção de arte. Bacharel em Design, com extensão em Coolhunting e MBA em marketing digital. Fundadora do estúdio leticiamotta.com.

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